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Advertência – por Clóvis de Barros Filho e Arthur Meucci

Os prefácios de livros geralmente são deixados para trás, ignorados. Porém – quando bem escritos – nos trazem reflexões importantes para a compreensão tanto da obra quanto das nossas vidas.

Clóvis de Barros Filho e Arhur Meucci chamaram de “Advertência” o prefácio de seu livro “A vida que vale a pena ser vivida” e que aqui compartilho com vocês desafiando para uma reflexão paralela a tantos “modelos e receitas” que nos são apresentados em cursos, disciplinas e afins.

Comentários e correlações são bem vindos!

Advertência

“Você ainda está na livraria. Tomou este livro da estante para folhear. Atraído pelo título. A caminho do caixa. Não se precipite.

Você supõe que a leitura oferecerá soluções para a sua vida. Que resolverá seus problemas. Ou ao menos justificará sua tristeza. Que os 10 capítulos sejam dicas inéditas e preciosas para se dar bem daqui para a frente. Receitas de gurus consagrados de além-mar. Que você acaba de descobrir um tesouro. Que finalmente o segredo do sucesso será revelado.

Saiba que você está equivocado. Este livro não atende às suas expectativas. Sua leitura não trará soluções. Nele você não encontrará nenhuma dica ou artifício para se dar bem. Por ele, o sucesso continuará dos outros. Fora de seu alcance.

Portanto, feche o livro para não perder mais tempo. Recoloque-o imediatamente na estante. No lugar de onde tirou. Outras obras, ao lado, atenderão melhor este seu anseio.

Deixe este exemplar para outro leitor. Menos esperançoso. Mais desconfiado dos programas de excelência existencial. Que, se funcionassem, já teriam erradicado a tristeza do mundo. Ele talvez intua que o sucesso não tem fórmulas secretas. Que se a liderança passo a passo fosse eficaz, todos já seriam líderes. Ele provavelmente se dá conta de que fórmulas indiscutíveis escravizam. De que a soberania para deliberar sobre a própria vida – com todos os riscos – é nosso único verdadeiro patrimônio. Inalienável.

Para ele escrevermos. Oferecendo reflexão crítica sobre os critérios existenciais mais consagrados. Para que possa resistir, cada vez melhor, contra todo tirano qu pretenda empurrar-lhe goela abaixo a vida que vale a pena.”

Obs.: Vale a pena comprar e ler este livro.

Join the discussion One Comment

  • Mariana Luz disse:

    Acredito que a intenção do autor seja chamar a atenção do leitor para sua obra, no entanto visa garantir a satisfação do mesmo excluindo uma possível expectativa equivocada de encontrar respostas, soluções e padronização comportamental no conteúdo do livro.
    O autor, agindo dessa forma, estabelece um nicho de mercado. Ele não oferece seu produto para qualquer público, ele deseja que sua obra seja adquirida por pessoas que já estão num caminho mais avançado na busca pelo auto-conhecimento, que já tenham entendido que as respostas estão nas perguntas, e não em soluções prontas. Mário Cortella sempre diz que o conflito e as indagações é que nos levam ao conhecimento de nós mesmos e entendimento do nosso lugar no mundo.

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